JOÃO LOURENÇO

Encenador | Direcção Artística | Programação

1952
Estreia-se na Rádio (Emissora Nacional) como intérprete. A partir dessa data intervém em dezenas de peças e folhetins. Desde o inicio da Televisão‚ um dos seus pioneiros e durante anos participa em inúmeras peças.

1957
Estreia-se no Teatro Nacional D. Maria II, na peça D. INEZ DE PORTUGAL, de Alexandre Casona, sendo ensaiado por Robles Monteiro.

1958
Interpreta o protagonista do primeiro folhetim, produzido pela R.T.P., ainda em directo, ENQUANTO OS DIAS PASSAM, de Armando Vieira Pinto e realizado por Fernando Frazão.

1959
Ingressa no Teatro Nacional Popular (T.N.P.) no Trindade, companhia dirigida por Francisco Ribeiro. Quando esta companhia termina, trabalha durante alguns anos em diversas companhias dos empresários Vasco Morgado e Giuseppe Bastos. Neste periodo interpreta, além de vários autores portugueses, alguns dramaturgos estrangeiros, entre os quais S. Beckett, W. Gibson, Shaw, W. Shakespeare, F.G. Lorca, Steinbeck, Molière, Goldoni, Beaumarchais, Lope de Vega.

1960
Estreia-se em cinema com o filme A RIBEIRA DA SAUDADE, de João Mendes.

1962/1963
Trabalha com a actriz brasileira Eva Todor e o dramaturgo Luiz Iglésias no Teatro Variedades e numa vasta tournée pelo país.

1964
Ganha um prémio de teatro, atribuido pela critica dos jornais diários, pela sua interpretação na peça de Neil Simon O BEM AMADO (COME BLOW YOUR HORN).

1965
Colabora pela primeira vez num espectáculo musical no Teatro Monumental, PARIS HOTEL, de Georges Feydeau.
Faz o protagonista de DESCALÇOS NO PARQUE (BAREFOOT IN THE PARK), também de Neil Simon.

1966
Desloca-se ao Brasil com uma companhia de Vasco Morgado, actuando no Teatro Ginástico do Rio de Janeiro, onde toma contacto com o jovem teatro brasileiro (Arena-Oficina-Opinião).
Encontra outros actores também interessados em fugir ao teatro estabelecido, estatal ou empresarial e assim funda com Irene Cruz, Morais e Castro e Rui Mendes, uma sociedade de actores denominada GRUPO 4 - completamente independente dos circuitos comerciais, sem nenhum subsidio do Estado, actuando quase sempre no cinema Tivoli, sociedade essa que foi a vanguarda dos chamados "Grupos Independentes".

1967
O "Grupo 4" estreia o seu primeiro espectáculo, KNACK, de Ann Jellicoe, no cinema Tivoli. A partir desse ano e com o "Grupo 4" interpreta e produz, entre outras, as seguintes peças:AMANHÃ DIGO-TE POR MÚSICA (I´LL SAY IT TOMORROW WITH MUSIC), de James Saunders; AS IRMANZINHAS (LES NONES) de Eduardo Manet; A CURVA (DIE KURVE), de Tankred Dorst; NO ALTO MAR, de Slawomir Mrozek; INSULTO AO PÚBLICO (PUBLIKUMBESCHWIMPFUNG), de Peter Handke; A INVESTIGAÇÃO (L´INVESTIGATION), de Xavier Pommeret; MOCKIMPOT, de Peter Weiss.

1968
Ganha o prémio de «Melhor Actor de Cinema», atribuído pela Casa da Imprensa, no filme UM CAMPISTA EM APUROS, de Herlander Peyroteo.

1970
Ingressa como artista convidado no Teatro S. Luis numa nova companhia dirigida por Luiz Francisco Rebello, para protagonizar duas peças: A SALVAÇÃO DO MUNDO, de José Régio e A MÃE, de Witkiewicz, esta última proibida pela censura no ensaio geral, o que fez o seu director demitir-se da direcção da companhia.

1971
Aceita um convite da Televisão brasileira para trabalhar durante 6 meses na «T.V. Rekord-canal 7» de S. Paulo na telenovela OS DEUSES ESTÃO MORTOS, de Lauro César Moniz.

1973
Estreia-se como encenador profissional, dirigindo a peça OH PAPÁ POBRE PAPÁ, de Arthur Kopit na Casa da Comédia.

1974
Constrói com o Grupo 4 um novo teatro em Lisboa o TEATRO ABERTO. Afasta-se progressivamente da profissão de actor.

1975
Dirige AS ESPINGARDAS DE MÃE CARRAR, de Bertolt Brecht.

1976
Dirige para a inauguração do Teatro Aberto O CIRCULO DE GIZ CAUCASIANO, de Bertolt Brecht.

1977
Dirige OS EMIGRANTES, de Slawomir Mrozek, apresentado no Teatro António Pedro no Porto e no Teatro da Trindade, em Lisboa.

1978
É convidado pelo BERLINER ENSEMBLE (teatro dirigido por Manfred Wekwerth) para participar no colectivo de encenação da nova versão de MÃE CORAGEM E OS SEUS FILHOS, de Bertolt Brecht, tendo como protagonistas Gisela May, Renate Richter, Ekkehard Schall e Dieter Franke.
Participa em Weimar no Festival de Shakespeare e é convidado a fazer uma exposição sobre o tema BRECHT EM PORTUGAL no BRECHT ZENTRUM (Casa-museu de Brecht em Berlim).

1980/1981
Dirige BAAL de Bertolt Brecht no Teatro da Trindade.

1982
É fundador e director duma nova cooperativa de teatro denominada NOVO GRUPO, que é a actual companhia residente do Teatro Aberto, e dirige OIÇAM COMO EU RESPIRO de Dario Fo e Franca Rame com Irene Cruz como protagonista.

1983
Dirige no Teatro Aberto O SUICIDÁRIO de Nikolai Erdman.

1984
Dirige a peça de Bertolt Brecht A BOA PESSOA DE SETZUAN.
Dirige no Teatro Aberto UBU PORTUGUÊS, um original escrito em conjunto com José Fanha e Vera San Payo de Lemos.

1985
Dirige no Teatro Nacional de S. Carlos a ópera de Kurt Weill e Bertolt Brecht ASCENSÃO E QUEDA DA CIDADE DE MAHAGONNY, sendo co-autor da versão portuguesa com Vera San Payo de Lemos e José Fanha.
Dirige no Teatro Aberto a peça de Friedrich Karl Waechter TU E EU.

1986
Dirige a co-produção Novo Grupo / Teatro Nacional D. Maria II, a peça MÃE CORAGEM E OS SEUS FILHOS de Bertolt Brecht.

1987
Dirige no Teatro Aberto a peça O JARDIM DAS CEREJAS de Anton Tchekov.
Dirige no Teatro Aberto a peça A DAMA DO MAXIM´S de Georges Feydeau.
O XII Festival de Teatro de Setúbal é dedicado a João Lourenço.

1988
É convidado pelo Brecht Zentrum para participar nas comemorarações do 90º aniversário do nascimento de Bertolt Brecht. Participam especialistas de Brecht de 55 países. A versão vídeo de MÃE CORAGEM E OS SEUS FILHOS foi inserida no Festival, além de uma comunicação de João Lourenço, no palco do Berliner Ensemble, sobre Brecht.
Dirige no Teatro Aberto a peça A RUA de Jim Cartwright e ROMEU E JULIETA de William Shakespeare.

1989
Realiza um filme da sua autoria para a Televisão Portuguesa ROMEU E JULIETA - UMA PEÇA EM CONSTRUÇÃO.
Dirige no Teatro Aberto a peça HAPPY END de Bertolt Brecht / Dorothy Lane e Kurt Weill.
A convite da Embaixada dos Estados Unidos da América e do United States Information Service, desloca-se a New York e a New Haven - Universidade de Yale, numa viagem de estudo para melhor conhecer a realidade do teatro americano.

1990
Dirige para a Televisão Portuguesa a peça A VOZ HUMANA e a ópera do mesmo nome de Francis Poulenc, num espectáculo concebido por si em homenagem a Jean Cocteau com o titulo global de A VOZ HUMANA ANOS 30 ANOS 60.
Dirige no Teatro Aberto a peça NA SOLIDÃO DOS CAMPOS DE ALGODÃO de Bernard-Marie Koltès, LOUCOS POR AMOR de Sam Shepard e DESEJO SOB OS ULMEIROS de Eugene O´Neill.

1991
Dirige no Teatro Aberto uma nova versão de O SUICIDÁRIO de Nikolai Erdman.
Participa na qualidade de encenador no ENCONTRO DE ESCRITORES GALEGOS E PORTUGUESES, em Santiago de Compostela (Espanha).

1992
Dirige no Teatro de Trindade a peça SABOR A MEL de Shelagh Delaney e no Teatro Aberto A ÓPERA DE TRÊS VINTENS de Bertolt Brecht e Kurt Weill.

1993
Dirige no Teatro Aberto a peça O TEMPO E O QUARTO de Botho Strauss.

1994
No anfiteatro da Faculdade de Letras de Lisboa dirige a peça OLEANNA de David Mamet e no Teatro Aberto a peça ALGUÉM OLHARÁ POR MIM de Frank McGuiness. Dirige a reposição da peça OLEANNA no Teatro Aberto.

1995
Dirige no Teatro Nacional a co-produção entre o Novo Grupo e o Teatro Nacional D. Maria II da peça O CAMINHO PARA MECA de Athol Fugard e no Teatro Aberto a peça O ENSAIO de Jean Anouilh.

1996
Dirige no Teatro Aberto a peça AS PRESIDENTES de Werner Schwab.

1997
Dirige as peças FERNANDO KRAPP ESCREVEU-ME ESTA CARTA de Tankred Dorst, no Teatro Aberto, SWEENEY TODD, O TERRIVEL BARBEIRO DE FLEET STREET de Stephen Sondheim no Teatro Nacional D. Maria II (co-produção entre o Novo Grupo, o Teatro Nacional D.Maria II e o Teatro Nacional de S.Carlos) e novamente no Teatro Aberto a peça ÁGUA SALGADA de Conor McPherson.

1998
Dirige no Teatro Aberto ÁS VEZES NEVA EM ABRIL, peça vencedora do Grande Prémio de Teatro Português, de João Santos Lopes e O MAR É AZUL, AZUL, de sua autoria, Vera San Payo de Lemos e José Fanha, para comemorar o centenário do nascimento de Brecht.

1999
Dirige no Teatro Aberto LUZ DE INVERNO de David Hare; QUASE de Patrick Marber e TOP DOGS de Urs Widmer.
Realiza para a estação de televisão SIC, a série A Hora da Liberdade, comemorativa da Revolução de 25 de Abril de 1974.

2000
Dirige no Teatro Aberto a peça LUCEFÉCIT de Conor McPherson.
Dirige no Teatro Aberto, a peça ATÉ MAIS VER de Oliver Bukowski.

2001
Dirige no Teatro Aberto, a peça A VISITA de Eric-Emmanuel Schmitt.
Dirige no Teatro Aberto, a peça SOCOS – Peças dos Últimos dias de Neil LaBute.

2002
Dirige no novo Teatro Aberto, PEER GYNT de Henrik Ibsen.
Encena a ópera ALBERT HERRING de Benjamin Britten, com direcção musical do maestro João Paulo Santos.

2003
Dirige no Teatro Aberto as peças JOSÉ E MARIA de Peter Turrini; COPENHAGA de Michael Frayn; DEMÓNIOS MENORES de Bruce Graham e a ópera NOTÍCIAS DO DIA (Neues vom Tage) de Paul Hindemith com direcção musical do maestro João Paulo Santos.

2004
Dirige no Teatro Aberto as peças O BOBO E A SUA MULHER ESTA NOITE NA PANCOMÉDIA de Botho Strauss (co-produção entre o Novo Grupo e o Teatro Nacional S. João), A FORMA DAS COISAS de Neil Labute, DEMOCRACIA de Michael Frayn e a ópera de câmara UMA QUESTÃO DE CONFIANÇA de Ernst Krenek.

2005
Dirige no Teatro Aberto A ÓPERA DO MENDIGO de John Gay / Benjamin Britten e as peças A ÓPERA DE TRÊS VINTÉNS de Bertolt Brecht / Kurt Weill, HOMEM BRANCO HOMEM NEGRO de Jaime Rocha e LUZ NA CIDADE de Conor McPherson.

2006
Dirige no Teatro Aberto as peças GALILEU de Bertolt Brecht e O RAPAZ DOS DESENHOS de Michael Healey e no Teatro Nacional de S. Carlos dirige a ópera O NARIZ de Dimitri Chostakovitch.

2007
Dirige no Teatro Aberto a peça (SELVAGENS) HOMEM DE OLHOS TRISTES de Händl Klaus e o musical SWEENEY TODD O TERRÍVEL BARBEIRO DE FLEET STREET de Stephen Sondheim.

2008
Dirige no Teatro Aberto as peças ROCK `N´ ROLL de Tom Stoppard e IMACULADOS de Dea Loher.

2009
Dirige no Teatro Aberto a peça O DEUS DA MATANÇA de Yasmina Reza.

2009/2010
Dirige no Teatro Aberto a peça HANNAH E MARTIN de Kate Fodor.

2010/2011
Dirige no Teatro Aberto a peça O SENHOR PUNTILA E O SEU CRIADO MATTI de Bertolt Brecht.

2011
Dirige no Teatro Aberto a peça PURGA de Sofi Oksanen.

2011/2012
Dirige no Teatro Aberto a peça VERMELHO de John Logan.

2012
Dirige no Teatro Aberto a peça LONDRES de Cláudia Clemente, peça vencedora do Grande Prémio de Teatro Português de 2011.

2012/2013
Dirige no Teatro Aberto a peça HÁ MUITAS RAZÕES PARA UMA PESSOA QUERER SER BONITA de Neil LaBute.

2013
Dirige no Teatro Aberto a peça O PREÇO de Arthur Miller.

2014
Encena no Teatro Aberto as iniciativas da temporada MÚSICA EM PALCO com direcção músical de João Paulo Santos. Dirige na fundação Calouste Gulbenkian e no Teatro Aberto a estreia mundial da ópera TRÊS MULHERES COM MÁSCARA DE FERRO com música de Eurico Carrapatoso, texto de Augustina Bessa-Luís e direcção de João Paulo Santos.

2014/2015
Dirige no Teatro Aberto a peça AMOR E INFORMAÇÃO de Caryl Churchill, também apresentada no Teatro Nacional de São João no Porto.

2015/2016
Dirige no Teatro Aberto a peça AS RAPOSAS de Lillian Hellman, também apresentada no Teatro Nacional de São João no Porto.

2016
Dirige no Teatro Aberto a peça CONSTELAÇÕES de Nick Payne.

2016/2017
Dirige no Teatro Aberto a peça O PAI de Florian Zeller.

2017/2018
Dirige no Teatro Aberto a peça NOITE VIVA de Conor McPherson.


2018/2019
Dirige no Teatro Aberto as peças A VERDADE E A MENTIRA de Florian Zeller.


2019/2020
Dirige no Teatro Aberto a peça GOLPADA de Dea Loher.


PRÉMIOS

1979
Medalha de Prata da Liga da Amizade com os Povos, pelo seu trabalho durante um ano no Berliner Ensemble. Entregue em Berlim a 7/10/79.

1983
Prémio para o Melhor Espectáculo de Teatro, atribuído pela Revista «TV GUIA» 83, à peça OIÇAM COMO EU RESPIRO.
Prémio para a melhor encenação, atribuído pela Revista «ELES E ELAS», no espectáculo O SUICIDÁRIO.

1984
Prémio 25 de Abril, atribuído pela Associação de Críticos de Teatro, no 10º aniversário de 25 de Abril de 1974.

1985
Prémio Nova Gente 1985 – Melhor Encenação, atribuído pela Revista Nova Gente, com a ópera ASCENSÃO E QUEDA DA CIDADE DE MAHAGONNY.

1986
Prémios com a peça MÃE CORAGEM E OS SEUS FILHOS:
Prémio Garrett – Melhor Produção de 1986
Prémio Garrett – Melhor Encenação de 1986, ambos atribuídos pela Secretaria de Estado da Cultura;
Prémio Antena 1 – Melhor Espectáculo de 1986, atribuído pela Antena 1;
Sete de Ouro 86 – Melhor Encenador, atribuído pelo Semanário «Sete»;
Melhor Produção de 1986;
Melhor Encenador, ambos atribuídos pela Associação Portuguesa de Críticos de Teatro;
Troféu Nova Gente – Melhor Espectáculo;
Troféu Nova Gente – Melhor Encenação, ambos atribuídos pela Revista Nova Gente;

1989
Prémios com a peça HAPPY END:
Prémio Garrett – Melhor Produção, atribuído pela Secretaria de Estado da Cultura;
Prémio Fernando Amado – Melhor Encenação, atribuído pela Câmara Municipal de Lisboa.

1992
Grau de Comendador da Ordem do Mérito, concedido por Sua Ex.ª o Senhor Presidente da República a 10/6/93.
Prémio Bordalo da Imprensa 1992, pela encenação de A ÓPERA DE TRÊS VINTÉNS

1993
Prémios com a peça O TEMPO E O QUARTO:
Prémio da Critica – Melhor Espectáculo de 1993,
Prémio da Critica – Melhor Encenação de 1993, ambos atribuídos pela Associação Portuguesa de Críticos de Teatro.

1994
Prémio Os Melhores de 1994 – Melhor Encenação, pela peça ALGUÉM OLHARÁ POR MIM.

2004
Globo de Ouro para melhor espectáculo de teatro com a peça COPENHAGA.

2010
Prémios com a peça O SENHOR PUNTILA E O SEU CRIADO MATTI, globo de ouro para melhor espectáculo de teatro, prémio Bernardo Santareno para melhor espectáculo de teatro.
2013
Prémio Autores para melhor trabalho cenográfico com a peça O PREÇO
2014
Prémio Autores para melhor espectáculo de teatro com a peça AMOR E INFORMAÇÃO