TEMPESTADE AINDA
PETER HANDKE
Uma viagem no tempo, um sonho acordado: no papel de Eu, o escritor, Peter Handke regressa às suas raízes, na região da Caríntia, na Áustria profunda, para narrar a história dos seus antepassados eslovenos no tempo da Segunda Guerra Mundial. Na paisagem de montanhas, florestas e vales da sua terra natal, os familiares do seu lado materno – o avô, a avó, a mãe, a irmã e os três irmãos da mãe – vêm ao seu encontro e contam-lhe a opressão que sofreram sob o domínio nazi, a proibição de falarem a sua língua, a obrigação de partirem para a guerra com o uniforme alemão, a resistência dos partisans nas montanhas.
Misturando recordações, factos e ficção, Peter Handke presta homenagem aos seus antepassados e ilumina acontecimentos obscurecidos ou esquecidos pelos livros de História. O título, que cita a didascália Storm still, de Rei Lear, de Shakespeare, condensa a sua visão da História: o passado continua no presente, há tempestade ainda, as vozes dos antepassados não se calaram, continuam nele, no escritor, e em quem vem ao teatro para as escutar.
versão João Lourenço, Vera San Payo de Lemos dramaturgia Vera San Payo de Lemos encenação João Lourenço direcção musical Renato Júnior coro João Paulo Santos cenário João Lourenço figurinos Marisa Fernandes desenho de luz João Lourenço, Paulo Santos com Carolina Picoito Pinto, Crista Alfaiate, João Pedro Vaz, Luís Barros, Manuel Sá Pessoa, Mia Henriques, Sérgio Praia, Susana Arrais músicos Carlota Ferreira, Ernesto Rodrigues