OIÇAM COMO EU RESPIRO
DÁRIO FO E FRANCA RAME
O primeiro espectáculo do Novo Grupo de Teatro.
As mulheres das quatro cenas da peça Oiçam como eu respiro contam, protestam, descrevem-se, pensam, criam, por vezes choram, por vezes gritam. Sozinhas em cena, falam de si próprias, buscam atenção, querem que se oiça como respiram, denunciam as formas de opressão que sobre elas se exercem, descobrem quem e o que as oprime, tentam libertar-se.
O despertar, A mesma velha história, Uma mulher só e Medeia — o espectáculo vai gradualmente mudando de tom. A nota dominante é contudo o cómico, mesmo o grotesco, a que Dario Fo e Franca Rame, na linha de um teatro popular e político em que profundamente se empenham, atribuem uma função emancipatória e transformadora.
Vera San Payo de Lemos. "A palavra das mulheres — Oiçam como eu respiro" in Oiçam como eu respiro (Programa). Lisboa: Teatro Aberto (1982).
versão Luiz Francisco Rebello, João Lourenço, José Fanha dramaturgia Vera San Payo de Lemos música Pedro Osório cenário António Casimiro luz António Mileu encenação João Lourenço com Carmen Santos, Irene Cruz, Melim Teixeira
"Uma actriz enorme, inteira... uma das grandes interpretações femininas deste ano."
Tito Lívio, A Capital (1982)